31 outubro 2008

Pedra na Cabeça

Às vezes nos preocupamos com coisas que não temos o menor controle sobre; e são essas que incomodam mais. Aquelas coisas que nos deixam com a cara meio séria, sobrancelhas contraídas involuntariamente e a mente ausente de onde o corpo se encontra. Precisamos verbalizar urgentemente, mas o que? Pra quem? Que pedra é essa no meu caminho? Acho que o erro está exatamente ai: a pedra não está no caminho. Não, pelo menos, ainda.

Foi num desses momentos que ouvi esta história: "Ontem eu cheguei em casa morta de cansada lá pela meia noite, depois de trabalhar o dia todo. Quando enfiei a chave na porta (porta essa de madeira oca) saíram milhares de formigas gordas de dentro e cobriram a porta. Entramos em casa e o teto do nosso quarto estava forrado de formigas. Todos os quartos PRETOS. Eram MUITAS. Peguei um inseticida, e comecei o extermínio. Eu chorava e espirrava o veneno e meu marido varria, pois não tinha mais nem lugar para pisar. Chorava e envenenava. A operação acabou às 4h30 da manhã".

Sabe, de uma forma diferente e muito mais objetiva, essa história acabou dando o mesmo conselho que minha mãe: "preocupe-se com seus problemas reais". Concentre-se nas pedras e lombadas do caminho, e não nas da cabeça! Como com as formigas, mas diferente.

02 setembro 2008

Business, as usual...

http://www.youtube.com/watch?v=d4lzKLMuabs

27 agosto 2008

I fell.
I fell because I jumped.
I felt I almost did. But I knew I didn't.
It didn't make sense.

I fell.
I fell because I jumped.
I felt the sea floating me around. It was great.
I fell into that thought.
I felt like nothing could change that.

Then,
I fell.
I fell in love.
Throw my self as one came at the same direction.
I'm still falling.
Free falling.
And it has never made so much sense.

02 junho 2008

Meaning... ?

Têm noites em que nada faz sentido. Parece que cabeça e travesseiro não combinam e que deitado é uma posição muito desconfortável para descansar. A pequeníssima fresta de luz que passa pela janela se torna uma chama que alimenta a imaginação dos os olhos semi-abertos a procurar uma resposta para uma pergunta que não se queria fazer. O corpo falseante não se encontra. De um lado para outro procura relaxar os músculos que não se rendem. O único movimento que traz alívio, mesmo que momentâneo, é tirar as meias e enxergar um pé um com o outro, num movimento tão tateante quanto os cegos pensamentos na cabeça. As mãos, entrelaçadas, são levadas aos cabelos e ficam entre aqueles que já estavam em conflito a muito. É como uma rendição à condição. Suspiro e deixo os pensamentos me tomarem por completa.

Têm dias em que nada faz sentido. Aqueles dias, acordados de noites quase não-dormidas. Dias que as pessoas falam e não dizem nada. Ninguém realmente entende o que falo e idéias flutuam sem rumo, bem como o corpo. Como se a gravidade tivesse esquecido deste, fazendo com que o ritmo e movimento fossem tão diferentes dos outros! Sigo com a rotina por costume e nesta nada surpreende. Não se vê motivo. Não se entende as regras. Não se vê. Não enxerga.

Mas têm dias em que tudo faz sentido. Encontramos o que não procurávamos e muito menos sabíamos que existia. É como se a sintonia fosse tamanha que as coisas e os pensamentos nos encontram antes mesmo de nós os querermos. Os acontecimentos se entrelaçam; as peças, antes aleatórias, se encaixam perfeitamente. Sem medo algum do desconhecido, pois esses dias trazem consigo a certeza de coincidências felizes e a colheita de novas peças. A gravidade também esquece do corpo neste dia, mas para lhe dar leveza. Se o ritmo está tão diferente dos outros, já não importa. Tudo faz sentido.

Por isso, espero e resisto pacientemente por aqueles poucos dias à espera destes! Dias tão calorosos, grandiosos e aconchegantes... Que nos abraçam e nos colocam em algum lugar que nos sentimos pertencentes. Por mais que aparentemente distantes, são como um. Uma estranha complementaridade que nos enriquece e fortalece. Tormentas intermitentes em meio a períodos maiores de intensas explosões de tranquilidade.

17 maio 2008

Maratona da Madrugada

Cansada depois de um dia exaustivo de trabalho, a mulher toma um relaxante banho e coloca sua confortável camisola de seda creme com rendas na barra. Deita-se na cama e adormece. Meia hora depois, entra no quarto o marido que há 31 anos divide a mesma cama com ela. Ele tenta não fazer muito barulho, se troca e descansa o corpo ao lado de sua eterna paixão.

(...) Algumas horas se passaram e, como uma trovoada que avança pela janela do quarto, a turbulenta respiração dele atropela os sonhos dela. "Que foi isso?"

ROOOONC

"Ah...". Descabelada e ainda cansada, tenta conformar-se com a passagem do tempo que deixou seu príncipe encantado enferrujadinho...

O que ela torcia para amenizar somente tomava cada vez mais corpo e formava novas variações de som. Poderíamos compor sinfonias a partir daquelas emissões! Graves, agudos, sons entrecortados, pausas que surtiam expectativas... O conhecido desapontamento pelo infindável som foi se tornando insuportável. A tática de dar um empurrãozinho no corpo barulhento usada por tantos anos já não era mais eficaz... Tentou então passar a mão nas costas, nos braços, e nada!

Cerrou os olhos de tal forma que parecia fazê-lo também com os ouvidos, mas apenas parecia. Nada lhe foi útil e cada minuto se tornava uma eternidade.

O último barulhinho dos lábios, que se fechavam e abriam conforme o ar saía, foi a gota d´água. Levantou-se e selou os tão tenros lábios de seu amante com as próprias mãos. Uma pausa! Sim, o silêncio... Ah, como era reconfortante aquela negação do som! Respirou aliviada como se tivesse soado a campainha do ringue. Curtiu aquele momento por mais alguns segundos... Renovou as esperanças de dormir acompanhada de seu grande amor.

Ao soltar os lábios, o rugido da fera adormecida preencheu todo e qualquer resquício de paciência, amor, carinho, afeto... Naquele momento ele voltara a ser não um sapo, mas apenas uma boca que fazia um barulho de tolerância inatingível!

Levantou e, num último apelo, disse com a voz frustrada: "Bom. (pausa). Já vou indo". A reposta que ouviu não foi nada diferente das últimas horas... Virou-se sem hesitar e partiu.

14 maio 2008

Um Conto de Phodas

E numa mesa de bar concluiu-se que deveríamos começar com "once upon a fuck...". Além do fator óbvio da concepção, por algo mais complicado que isso: na vida, a gente sempre está se fodendo ou fodendo alguém. Não necessariamente nesta ordem ou, principalmente, não de forma alternada.
Sempre tem alguém fodendo alguém pra poder se foder menos. Enganando, recebendo créditos por trabalhos alheios, desviando informações,.... o clássico e sutil "puxar o tapete". Claro que para o tapeceiro isso é essencial, mas garanto que há, neste, outras formas (e muitas!) de se foder. Se você não é a pessoa que fode, sinto muito, mas você é o fodido; aquele do passivo mesmo. Não que você não obterá sucesso por isso, pelo contrário! Mas terá que aturar e driblar muitos fudidores.
Ahá! E o altruísmo? Ah... essa é a maior ilusão de todas! Se existe tal atitude – o que me questiono por esta me parecer muito próxima ao narcisismo –, nela você é simplesmente ambos: o fodido, por não estar ganhando nada com isso e provavelmente se esforçando pra isso, e o fodidor do pior tipo, por você estar fodendo você mesmo!
Volto ao começo e sobram as fodas em si, que apesar da libertação e do prazer deixam aquele vazio do companheiro e esclarecendo, mais uma vez e talvez de uma forma ainda mais explícita, a falta da fada no conto.
Afinal, se fodendo ou fodendo alguém, a gente constantemente deseja a varinha de condão e seus milagres.

28 abril 2008

Virada Cultural

"E o que vcs chamam de show é uma desculpa esfarrapada pra um monte de gente única se encontrar num momento".

04 janeiro 2008

Clipe para banda Oito Mãos

http://www.youtube.com/watch?v=dmK1x32RKnc