03 setembro 2006

The Light House

Get in.
Without previously note,
Get in.
Kick the front door and
Come as there is nothing in the way.
Get in.
When I am looking the other way,
Get in.
Be impulsive and know what you want
Come as this is the only possible way
Get in.
A high brick wall so I can be weak
A light house so I can get lost in the sea
Something about your eyes
But they might just be reflecting me
My independence depends on you.
Get in.

23 agosto 2006

Revolução Silenciosa

Durante algum tempo imaginou-se uma revolução alarmante e com muita desordem para que, posteriormente, se faça a ordem, mas uma diferente. Recentemente, ao ler o livro O Mundo é Plano (Friedman, 2005), me dei conta de que a revolução já está acontecendo, e de uma forma muito diferente da esperada: silenciosamente.
Precisamente no capítulo dois, ao falar sobre a terceira e quarta forças que “achataram o mundo” (tornaram-no horizontal e interconectado), percebe-se que este autor está maravilhado com a revolução tecnológica que ele mesmo pesquisa. Assim como o próprio autor escreve, seu trabalho concentra-se “exclusivamente em problemas econômicos”, deixando, desta forma, de analisar uma mudança comportamental que será fundamental para a real compreensão do que ele pretende pesquisar: O software livre e a terceirização desta indústria. Neste capítulo, Friedman explica de maneira muito clara e mostrando muito conhecimento e propriedade sobre o Fluxo de Trabalho e sobre o Código Aberto. O jornalista, depois de muito pesquisar sobre software livre, foi buscar opiniões dos que produziam os comerciáveis. A questão colocada é que, ao fazer sua análise sobre como os softwares livres estão se difundindo e se tornando uma ameaça a gigantes, por exemplo a Microsoft Windows, ele ainda mantém seus valores e compreensão ligados a um pensamento característico do sistema capitalista, impedindo-o de perceber que uma revolução muito mais importante já está acontecendo. As dúvidas referentes a esta auto-organização, que desenvolve sistemas e softwares não comerciáveis, partem do pressuposto que o objetivo geral seja o lucro e o desenvolvimento frente a concorrentes, ou seja, a manutenção do pensamento capitalista faz com que o questionamento frente às pessoas determinadas a manter sistemas de operação como o Linux seja incoerente, uma vez que o objetivo destas estão diferentemente direcionados, seguindo valores diferentes dos que analisam esta “corrente”.
“Quando as pessoas teimam em não cobrar pelo software, quando insistem em que ele seja distribuído de graça, a indústria perde a possibilidade de ganhar corpo. [...] Para haver inovação, precisa haver capitalismo. [...] Como então os produtos vão reter seu valor?” (Friedman, 2005, p.120). Este é o pensamento predominante para os membros da Microsoft, incluindo Bill Gates, sendo que esta é uma linha de pensamento que segue numa direção oposta aos membros de uma organização que trabalha com o desenvolvimento do software livre. Neste, o dinheiro não é o incentivo, houve uma mudança de valores a partir da qual se criou uma produção que visa o coletivo. “Pode ser verdade (que este é um modelo de produção pós-capitalista). Neste caso, teremos questões colossais de governança global para resolver, a fim de determinar quem é dono do que e como pessoas físicas e jurídicas poderão lucrar com suas criações” (Friedman, 2005, p.122). Fica claro que se analisado com um pensamento voltado para o lucro, principalmente o individual, não se poderá compreender o que os autores e criadores do software livre estão desenvolvendo em nome de um povo.
Quem vai ficar com a recompensa? Ninguém e todos. E ai que está a grande revolução.
Para os novos tecnólogos, que estão se mostrando até superiores aos da Microsoft, por exemplo, a recompensa passou a ser o resultado. O objetivo agora era melhorar programas e sistemas apenas para obter resultados e que estes fossem livremente e, principalmente, gratuitamente disponíveis. Talvez seja ingenuidade não admitir que dentro dos objetivos esteja também a possibilidade de um status no meio tecnológico, mas mesmo que isso faça parte, seus membros assumem responsabilidades tanto técnicas quanto sociais completamente diferentes das empresas de tecnologia voltadas ao comércio.
Este ideal estimulador no processo de criação não é novo. Santos Dumont não registrava suas criações, ou seja, não tinha nenhum direito autoral sobre elas. Não obstante, fazia questão de entregar plantas com projetos e dividir idéias com quem o procurasse. Provavelmente ele não tinha nenhum ideal libertário ou uma revolução em mente, mas participou de uma nova forma de produção colaborativa, tendo como estímulo o resultado: Não importando seus inventores, queria que aquele sonho fosse viável, ou melhor dizendo, planável.
Assim, algumas décadas depois, a tecnologia permitiu que pessoas com objetivos em comum se comunicassem a distância e pudessem discutir suas idéias mesmo que separados geograficamente. Projetos que fazem parte do Código Aberto são criados, transformados e aperfeiçoados on line, entre muitos técnicos do assunto. Desta forma, o desenvolvimento é mais rápido e, seguindo a filosofia de seus criadores, gratuitamente difundido!
Mesmo que esta forma de produção discuta e vá de encontro à propriedade privada, pode apoiar indiretamente a formação de pequenas e "promissoras" empresas e a livre concorrência entre elas, que estão interessadas em usufruir da disponibilidade dos softwares livres para iniciarem sua participação nesta economia. Ainda assim, o software livre pode ser a grande demonstração de que muitas pessoas estão criando visando o comum, fazendo parte de uma produção colaborativa, bem distante da competitiva, sendo uma “ameaça” ao pensamento atrelado à filosofia de que a única forma de estímulo é a recompensa econômica.A grande ironia é que talvez eu não faça parte desta revolução. Agora, neste exato momento, escrevo em um laptop a Acer, cujo processador é da Intel e com o software de sistema operacional da Microsoft, Windows XP. Mas, quem sabe o que Marx afirmava sobre a consciência de classes agora se transponha para a tecnologia digital.

21 agosto 2006

Straight Ahead

CHORUS:
I wanna see who can stop me know
I wanna know who will bring me down

Life is too short
It will pass you in a run
If you don’t learn

We all die, cry
We all fall sometimes
Get up, give another try

CHORUS

You run to fly
Just need to find
Your place

In the crowd
You loose ID somehow
Sometimes I do too

CHORUS

Give away the chain
It’s not so bad
Go ahead

Now I’ve put my mind
Into it so
I’ll give the sprint and go

CHORUS

27 junho 2006

Broke Up

In front of my house
There’s a couple
They fell in love it was spring time
And now all they care is how many nights
They have left behind (left behind)

CHORUS:
And it is truth that we know that love
Is too hard to keep
But we both now know that it is the end
It is the end, after all

Another minute, another hour
Here in this life
It’s killing me softly every time I look into your eyes
He says: I can love for both of us
But she says (she says): It’s not enough (not enough)

CHORUS

There’s so much she has told
A river with her tears and her soul
Has it drowned you enough?
So you can realize you were a lucky blind kind of man

CHORUS

24 junho 2006

A causa

Bom, foi logo após este "episódio" memorável no HC que comecei a escrever. Não porque senti uma força incrível de revolta e uma vontade de ser ouvida... Longe disso. O grande motivo foi ligar para minha mãe ao chegar em casa, aos prantos. O som de seu "alô" pareceu ser, mais do que confortante, uma válvula intensificadora para meu sistema hidráulico, que naquele momento abriu por completo suas comportas.
Ela, por não entender uma só palavra do que eu dizia, sugeriu: "Escreva, filha! Escreva!".
Foi assim.
Obrigada, mãe. O movimento dos dedos deu folga para a hidrelétrica!

05 junho 2006

Abra a Boca

Tinha começado o dia com otimismo, pois era dia da tão esperada laringoscopia!
Cheguei no HC (Hospital Público de Campinas) ao meio dia. Não se pode entrar no hospital sem ter que pegar uma senha e ficar na fila, para que, assim, todos que estão sofrendo do mesmo mal possam entrar juntos e formar uma outra fila no balcão determinado.
Entrei no hospital às 13h12, e fui seguindo o fluxo até uma tal área roxa. É impressionante como todos que se encontram, ou já se encontraram, na mesma situação de perdido e doente tentam se ajudar! E os outros, “detentores de todas as informações”, só conseguem fazer movimentos circulares com as pontas dos dedos sem apontar para lugar nenhum e dizer: “vai por ali! E fale com a outra pessoa responsável”.
Sentada na sala de espera da faixa roxa, esperei. Alguns minutos se passaram e às 15h me chamaram no auto-falante.
Descobri então que não tinha uma pasta no HC e precisava abrir. Fui até o andar superior nos computadores da faixa amarela. Mais uma fila.
Pasta aberta, voltei à roxa. Esperei.
Depois de alguns sonhos entrecortados por berros de pacientes, às 16h20 ouço meu nome. Era hora do exame.
Acompanhei o residente que me sentou numa cadeira. Atrás, um televisor. Sem delongas disse: “Abra a boca”. Eu, achando que ele ia observar, abri. Após um inesperado espray que já estava engatilhado ele explica: “Isso foi um anestésico”.
Eu, que já não sentia se estava engolindo ou não, só queria saber se o nódulo presente em minha corda vocal já havia sido reabsorvido.
“Abra a boca”. Colocou um tubo prata, que devia ser o mesmo de tantos outros pacientes, cuja ponta continha uma microcâmera.
Entraram na sala mais um residente e uma mulher, que não consegui ver. Só ouvi: “Humm. Cadê o nódulo? Ah, e essa fenda? O que é essa fenda? Precisamos discutir isso”.
Retirou-se o tubo prata e me mandaram para a sala de espera.
Enquanto eu tentava diminuir minha ansiedade pelo resultado, 1 hora e 10 minutos se passaram... Ouço meu nome no auto-falante.
Sentaram-me, desta vez, em um corredor com biombos. Vem o aspirante a doutor e diz sem intervalos: “Olha, o nódulo sumiu, mas tem ainda uma fenda que não sabemos porque. Vamos precisar que você faça uma microscopia. É uma cirurgia que precisa de internação e anestesia geral, mas não se preocupe, pois não estamos pensando que é tumor. Aguarde um momento que preciso resolver um outro probleminha”. Saiu.
Nessa altura, meu sistema hidráulico, que já não funciona muito bem, estava a todo vapor. Lágrimas descontroladas escorriam...
Depois de uns minutos ele volta com uma agenda. “Para quando vamos marcar a cirurgia?”. Neste momento, e finalmente neste momento, ele olha para mim e realmente me enxerga. “Você está preocupada com alguma coisa?”.
Não... Claro que não... Ele só tinha falado três das seis palavras que mais aterrorizam pessoas: Cirurgia, Anestesia Geral e Tumor!
Eu, que pensei que teria resultados, saí de lá com dúvidas, lágrimas e uma cirurgia marcada.