27 junho 2006

Broke Up

In front of my house
There’s a couple
They fell in love it was spring time
And now all they care is how many nights
They have left behind (left behind)

CHORUS:
And it is truth that we know that love
Is too hard to keep
But we both now know that it is the end
It is the end, after all

Another minute, another hour
Here in this life
It’s killing me softly every time I look into your eyes
He says: I can love for both of us
But she says (she says): It’s not enough (not enough)

CHORUS

There’s so much she has told
A river with her tears and her soul
Has it drowned you enough?
So you can realize you were a lucky blind kind of man

CHORUS

24 junho 2006

A causa

Bom, foi logo após este "episódio" memorável no HC que comecei a escrever. Não porque senti uma força incrível de revolta e uma vontade de ser ouvida... Longe disso. O grande motivo foi ligar para minha mãe ao chegar em casa, aos prantos. O som de seu "alô" pareceu ser, mais do que confortante, uma válvula intensificadora para meu sistema hidráulico, que naquele momento abriu por completo suas comportas.
Ela, por não entender uma só palavra do que eu dizia, sugeriu: "Escreva, filha! Escreva!".
Foi assim.
Obrigada, mãe. O movimento dos dedos deu folga para a hidrelétrica!

05 junho 2006

Abra a Boca

Tinha começado o dia com otimismo, pois era dia da tão esperada laringoscopia!
Cheguei no HC (Hospital Público de Campinas) ao meio dia. Não se pode entrar no hospital sem ter que pegar uma senha e ficar na fila, para que, assim, todos que estão sofrendo do mesmo mal possam entrar juntos e formar uma outra fila no balcão determinado.
Entrei no hospital às 13h12, e fui seguindo o fluxo até uma tal área roxa. É impressionante como todos que se encontram, ou já se encontraram, na mesma situação de perdido e doente tentam se ajudar! E os outros, “detentores de todas as informações”, só conseguem fazer movimentos circulares com as pontas dos dedos sem apontar para lugar nenhum e dizer: “vai por ali! E fale com a outra pessoa responsável”.
Sentada na sala de espera da faixa roxa, esperei. Alguns minutos se passaram e às 15h me chamaram no auto-falante.
Descobri então que não tinha uma pasta no HC e precisava abrir. Fui até o andar superior nos computadores da faixa amarela. Mais uma fila.
Pasta aberta, voltei à roxa. Esperei.
Depois de alguns sonhos entrecortados por berros de pacientes, às 16h20 ouço meu nome. Era hora do exame.
Acompanhei o residente que me sentou numa cadeira. Atrás, um televisor. Sem delongas disse: “Abra a boca”. Eu, achando que ele ia observar, abri. Após um inesperado espray que já estava engatilhado ele explica: “Isso foi um anestésico”.
Eu, que já não sentia se estava engolindo ou não, só queria saber se o nódulo presente em minha corda vocal já havia sido reabsorvido.
“Abra a boca”. Colocou um tubo prata, que devia ser o mesmo de tantos outros pacientes, cuja ponta continha uma microcâmera.
Entraram na sala mais um residente e uma mulher, que não consegui ver. Só ouvi: “Humm. Cadê o nódulo? Ah, e essa fenda? O que é essa fenda? Precisamos discutir isso”.
Retirou-se o tubo prata e me mandaram para a sala de espera.
Enquanto eu tentava diminuir minha ansiedade pelo resultado, 1 hora e 10 minutos se passaram... Ouço meu nome no auto-falante.
Sentaram-me, desta vez, em um corredor com biombos. Vem o aspirante a doutor e diz sem intervalos: “Olha, o nódulo sumiu, mas tem ainda uma fenda que não sabemos porque. Vamos precisar que você faça uma microscopia. É uma cirurgia que precisa de internação e anestesia geral, mas não se preocupe, pois não estamos pensando que é tumor. Aguarde um momento que preciso resolver um outro probleminha”. Saiu.
Nessa altura, meu sistema hidráulico, que já não funciona muito bem, estava a todo vapor. Lágrimas descontroladas escorriam...
Depois de uns minutos ele volta com uma agenda. “Para quando vamos marcar a cirurgia?”. Neste momento, e finalmente neste momento, ele olha para mim e realmente me enxerga. “Você está preocupada com alguma coisa?”.
Não... Claro que não... Ele só tinha falado três das seis palavras que mais aterrorizam pessoas: Cirurgia, Anestesia Geral e Tumor!
Eu, que pensei que teria resultados, saí de lá com dúvidas, lágrimas e uma cirurgia marcada.