02 junho 2008

Meaning... ?

Têm noites em que nada faz sentido. Parece que cabeça e travesseiro não combinam e que deitado é uma posição muito desconfortável para descansar. A pequeníssima fresta de luz que passa pela janela se torna uma chama que alimenta a imaginação dos os olhos semi-abertos a procurar uma resposta para uma pergunta que não se queria fazer. O corpo falseante não se encontra. De um lado para outro procura relaxar os músculos que não se rendem. O único movimento que traz alívio, mesmo que momentâneo, é tirar as meias e enxergar um pé um com o outro, num movimento tão tateante quanto os cegos pensamentos na cabeça. As mãos, entrelaçadas, são levadas aos cabelos e ficam entre aqueles que já estavam em conflito a muito. É como uma rendição à condição. Suspiro e deixo os pensamentos me tomarem por completa.

Têm dias em que nada faz sentido. Aqueles dias, acordados de noites quase não-dormidas. Dias que as pessoas falam e não dizem nada. Ninguém realmente entende o que falo e idéias flutuam sem rumo, bem como o corpo. Como se a gravidade tivesse esquecido deste, fazendo com que o ritmo e movimento fossem tão diferentes dos outros! Sigo com a rotina por costume e nesta nada surpreende. Não se vê motivo. Não se entende as regras. Não se vê. Não enxerga.

Mas têm dias em que tudo faz sentido. Encontramos o que não procurávamos e muito menos sabíamos que existia. É como se a sintonia fosse tamanha que as coisas e os pensamentos nos encontram antes mesmo de nós os querermos. Os acontecimentos se entrelaçam; as peças, antes aleatórias, se encaixam perfeitamente. Sem medo algum do desconhecido, pois esses dias trazem consigo a certeza de coincidências felizes e a colheita de novas peças. A gravidade também esquece do corpo neste dia, mas para lhe dar leveza. Se o ritmo está tão diferente dos outros, já não importa. Tudo faz sentido.

Por isso, espero e resisto pacientemente por aqueles poucos dias à espera destes! Dias tão calorosos, grandiosos e aconchegantes... Que nos abraçam e nos colocam em algum lugar que nos sentimos pertencentes. Por mais que aparentemente distantes, são como um. Uma estranha complementaridade que nos enriquece e fortalece. Tormentas intermitentes em meio a períodos maiores de intensas explosões de tranquilidade.