25 março 2007

E no espelho

Um descompasso, uma distração. Estava até o momento concentrada, a tal ponto de nem estar mais ali. Foi naquele segundo, naquele súbito impulso que tomou conta de meus músculos. Contraíram-se e virei-me.
Ato impensado que me custou este texto.
Sentada ali nada mais existia. Além da mesa, eram meus pensamentos que também estavam fora de ordem. Mas estavam focados no que lia e criando algo que... se perdeu, no momento que aconteceu este estremeço.
Ao virar-me, tinha um espelho. E por alguns milésimos de segundos, ou algum tempo pequeno destas “nano medidas”, não vi. Não vi a costumeira face de lábios selados pelas idéias; de olhos refletidos neles mesmos, que tanto já me era comum. Não. O que vi foi algo encantadoramente diferente, que durou nano infinitos minutos.
Como podemos nos definir assim tão certos? Sensatos... Estamos mesmo perdidos! Perdidos em nós mesmos e nossa multiplicidade. Não, Pirandello, não quero escolher. Agora, quero ser cem mil. E pronto! Caso eu mude de idéia, ficarei à vontade.

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